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sábado, 4 de outubro de 2014

SEGURANDO UM AO OUTRO

A dedicada enfermeira, sobrecarregada com tantos pacientes a atender, viu um jovem entrar no quarto e, inclinando-se sobre o paciente idoso em estado grave, disse-lhe em voz alta: seu filho está aqui. Com grande esforço, o velho moribundo abriu os olhos e, a seguir, fechou-os outra vez. O jovem apertou a mão envelhecida do enfermo e sentou-se ao lado da cama. Por toda a noite, ficou sentado ali, segurando a mão e sussurrando palavras de conforto ao velho homem. Ao amanhecer, o manto escuro da morte caiu sobre o corpo cansado do enfermo. Ele partiu com uma expressão de paz no rosto sulcado pelo tempo. Em instantes, a equipe de funcionários do hospital encheu o quarto para desligar as máquinas e remover as agulhas. A enfermeira aproximou-se do jovem e começou a lhe dizer palavras de conforto, mas ele a interrompeu com uma pergunta: quem era esse homem? Assustada, a enfermeira respondeu: eu achei que fosse seu pai! Não. Não era meu pai, falou o jovem. Eu nunca o havia visto antes. Então, porque você não falou nada quando o anunciei para ele? Eu percebi que ele precisava do filho e o filho não estava aqui. E como ele estava por demais doente para reconhecer que eu não era seu filho, resolvi segurar a sua mão para que se sentisse amparado. Senti que ele precisava de mim.

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